Estudante campeão de matemática criou um jogo de xadrez 'diferente'.
Nas férias ele se diverte lendo livros e montando robôs.
Para aproveitar as férias escolares, o estudante Pedro Henrique Sacramento de Oliveira, de 12 anos, lê, monta robôs, cria jogos no computador e joga xadrez. Também costuma brincar de ‘xadramadado’, um jogo que mescla xadrez, damas e dado, que ele criou com os amigos. O garoto garante que tudo isso o diverte, e é uma forma de relaxar.
Apesar de ainda não ter concluído nem o ensino fundamental, Pedro já tem planos para a vida acadêmica: pensa em estudar física quântica e matemática em universidades americanas como Massachusetts Institute of Technology (MIT) ou California Institute of Technology (Caltech). A opção brasileira é o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Neste ano, Pedro vai cursar o 8º ano no Colégio Etapa, em Valinhos. Até chegar a idade de prestar vestibular ele pretende continuar se divertindo com as olimpíadas estudantis de matemática, química, física, informática e robótica. As participações começaram em 2010. De lá para cá foram pelo menos 12 prêmios. Na estreia, na Olimpíada Brasileira de Informática, levou ouro. Já representou o Brasil em duas competições internacionais na Argentina e, recentemente, ganhou uma nova medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática. De todas as competições que participou, não foi premiado em apenas uma. Segundo ele, porque aproveitou mal o tempo e não conseguiu finalizar a prova toda.
O futebol Pedro dispensa, bem como os esportes coletivos, por isso pratica natação e tênis de mesa. Mas a paixão mesmo está nos livros. Na biblioteca particular em seu quarto já são 300 títulos, na última contagem não tão recente. A coleção engrossa mês a mês – são pelo menos cinco aquisições mensais. A economia da mesada semanal também é usada para adquirir novas obras, a maioria de ficção e aventura, algumas em inglês.
“Sempre dizemos a ele que o resultado não faz diferença. Mas ele encara a olimpíada com uma prova normal, sempre vai e volta tranquilo”, diz a mãe, a consultora Silvia Sacramento, de 47 anos.
Pedro é filho único e mora com os pais na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo, apesar de ter nascido na capital. Diz que prefere o interior porque o ar é menos poluído, e o trânsito menos complicado. Também gosta mais da rotina e disciplina de aulas do que do sossego das férias, pois no período escolar tem os horários mais definidos: de manhã cursa as aulas regulares e à tarde, participa das aulas específicas para os estudantes que disputam olimpíadas. Também vai à escola aos sábados para as aulas de robótica.
Os pais de Pedro, o consultor de informática José de Assis Alexandre de Oliveira, de 44 anos, e Silvia Sacramento, de 47, afirmam que nunca exigiram que o garoto fosse um aluno exemplar. A participação nas olimpíadas, inclusive, é uma escolha dele. “A única coisa que fizemos foi ensiná-lo a nunca estudar às vésperas de uma prova, e sempre com antecedência. O resto foi tudo com ele”, diz Silvia.
Prodígio
Para Silvia, o filho sempre foi uma criança diferente. Desde muito pequeno fazia multiplicações complexas, tinha raciocínio lógico veloz, e aos 6 anos, assim que começou a ser alfabetizado, começou a escrever um livro. “Ele é mais estressado que a gente, eu digo para ele deixar os livros e ir brincar. Mas ele responde que se diverte com isso. É escolha dele. O que eu posso fazer? Mas acho bom ele participar das olimpíadas porque é uma forma de fazer amigos.”
O quociente de inteligência (QI) de Pedro nunca foi avaliado, por isso a família não sabe se está acima do normal. Para os pais, isso não importa. Tímido, Pedro fala pouco. A entrevista em sua casa em Vinhedo só foi possível porque sua mãe o incentivava a contar suas histórias, ou as contava sem sua permissão, fazendo avermelhar suas bochechas. Na escola, Pedro também tira notas altas nas disciplinas de humanas, mas diz que português não é o seu forte.
Dono de mais de três graus de astigmatismo, o que o obriga a não abandonar os óculos, Pedro conta que não se incomoda com o título de nerd. Na escola e até na família, é comum ser chamado assim. Para o futuro, pretende engrossar a coleção de medalhas, diplomas e menções nas olimpíadas estudantis, até chegar o dia de se dedicar totalmente à física quântica nos Estados Unidos.
Fonte: G1
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