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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Crianças devem aprender desde cedo o uso consciente do dinheiro


O Natal e o Ano Novo inspiram as pessoas a gastarem muito dinheiro. Compram presentes e lembrancinhas, adquirem roupas novas e montam uma mesa farta. Com isso, tudo o que têm, complementado pelo 13º salário, rapidinho vai embora. Precisa muita atenção para que as coisas não saiam do controle e o momento de fartura se transforme em dívidas acumuladas.
Muitos caem nessa. Não conseguem conter os gastos, principalmente numa época em que o consumo é estimulado. Ainda mais com as parcelas a perder de vista nos cartões ou cheques pré-datados, possibilitando que se comprem coisas nem sempre necessárias – como o modelo novo da TV, tendo uma não muito velha. Nem sentem que estão pagando algo, até os cheques começarem a cair. O brasileiro anda comprando bastante.
Essa postura é um tanto infantil, visto ser imediatista, como os pequenos são – quando querem algo é naquele momento. Ao observarmos as crianças em alguma loja com os adultos, elas pedem isso e aquilo. Não têm a noção de dinheiro e valores. Nem é para terem – não o usam e não têm experiência com ele. Caso lhe digam que não há dinheiro para adquirirem algo, elas logo sugerem o cheque ou o cartão. Não sabem que é preciso pagar depois e que são os adultos que abastecem a conta no banco com seus ganhos. Algumas, desconfiadas dos pais, pedem para ver a carteira.
A noção de valor, e de que o poder de compra tem um limite, é algo que temos que ajudar as crianças construírem para não se tornarem adultos que estão sempre negociando com o banco, devido as dívidas que fazem. A mesada é uma ideia interessante. Assim como a própria postura dos pais, quando são comedidos em seus gastos e não caem na tentação de darem tudo o que pedem, independente de estourar o orçamento.
Porém, nessa época do ano, as crianças costumam ter algum dinheiro nas mãos. Seja por terem ganho de natal ou por praticarem uma velha tradição do dia primeiro do ano – desejarem um bom princípio de ano novo aos adultos, que retribuem dando a elas balas (o que já não é muito aceito) ou algum dinheiro. Esse, se vão juntando, conseguem um bom numerário.
Como toda criança, querem logo gastá-lo, não parando muito para pensar o que desejam e em seu poder de compra.
Aí entra a ajuda e orientação dos pais. Ao acompanhar o filho a uma loja, nada de dizer o que deve ou não comprar – salvo algum produto que não combine com sua faixa de idade. Apesar de se perder entre as várias opções, o dinheiro é dele, devendo ele dar a palavra final.
Isso não impede o adulto de mostrar que se comprar determinado produto, por exemplo, não poderá escolher mais nada, pois levará todo o seu dinheiro. Mas, se preferir ter mais de uma coisa, poderá procurar opções mais em conta. Como nós fazemos. Inclusive, ajudando-o a lembrar de algumas coisas que já comentou com o pai que gostaria de ter.
Para os que vão muito além de suas posses, indicar-lhes que aquela quantia não é suficiente. Ao constatarem a realidade, podem começar a perceber que o dinheiro tem um limite. A oportunidade é boa para passar a noção de poupar: para alguns produtos é necessário ter paciência para juntar a quantia necessária por ser muito caro. Caso ele queira, pode ser uma opção naquele momento, começando pelo que recebeu de bom princípio de ano novo.
Ao perceber que o filho só quer gastar o dinheiro pelo simples prazer, apontar-lhe isso, dizendo-lhe que não precisa gastar tudo de uma vez – pode comprar algo hoje e uma coisa outro dia. De acordo com o que vai necessitando e desejando.
É muito interessante notar a expressão delas ao perceberem que todas aquelas notas e moedas que conseguiram, não dá para comprar muita coisa. E não é assim com a maioria das pessoas?
Só através da experiência com o dinheiro, constatando seu limite e o valor das coisas, é que as crianças aprendem a lidar com ele e a poupar.
Fonte: G1