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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Universitários de Belém visitam Aldeia Indígena



 Em comemoração a um ano do lançamento do livro de memórias “Me Ikwý Tekjê Ri” que significa “Isto pertence ao meu povo” do Cacique Topramre Kohokrenhum a aldeia Gavião Parkatêjê esteve em festa nos dias 8 e 9 de dezembro e recebeu povos de diversas etnias do norte e nordeste do país. Foram mais de 200 indígenas que visitaram Bom Jesus do Tocantins a cerca de 40 km de Marabá/PA para a comemoração. Na ocasião além do evento principal, a 1ª Meia Maratona Indígena  aconteceram  corridas de toras, disputa de arco e flecha, cantos, danças, entre outras manifestações culturais.

Os Kraho, Canela do Tocantins representados pelas aldeias Rio Vermelho, Pé de Coco, Cachoeira e Pedra Branca, os Sororó Aikewara de São Domingos do Araguaia/PA e os Gavião Kyikatêjê e Akratikatêjê foram algumas das etnias que estiveram presente na festividade esportiva e cultural.

Os vencedores da maratona nas categorias masculino e feminino foram Felipe Canela/MA e Rayane Karajá/TO, ganhando cada um uma moto zero km pela vitória. O evento movimentou o km 30 da BR222 onde desde cedo todos aguardavam a competição e torciam pelos atletas. A premiação contemplou os quatro mais ágeis indígenas das categorias feminino e masculino com motos, televisões e lapatops. Os outros vencedores foram: Na categoria femina Potoginha Akratikateje do Maranhão (2º lugar); Tutu Parkatejê (3º lugar); e Aite Parkateje (4º lugar) ambas do Pará. Na categoria masculina Nonato Nhorih Kraho de Tocantins (2º lugar); Fernado Pujehut Krikati do Maranhão (3º lugar); e Edson Konryr Kraho de Tocantins (4º lugar).Além das motos os outros prêmios foram uma TV LED 42’ para os segundos colocados, um notebook para os terceiros e 700 reais em dinheiro para os quartos colocados.

TCC na Aldeia
Após visitas as aldeias Negão, Ladeira Vermelha, Rohokatêjê e Kyikatêjê  situadas nas margens da BR222 os formandos em publicidade André Dias e Lamartine Garcia realizaram a videoapresentação de seu TCC  denominado “Arte, Mídia e Sentidos, Projeção Mapeada dentro da Publicidade e Propaganda” que tratava sobre novas tecnologias na comunicação. O vídeo abordava a relação entre a construção da Usina de Belo Monte e a luta dos indígenas afetados pela obra. Buscando elementos da cultura local, os alunos projetaram as imagens sobre esteiras e toras utilizadas no evento e promoveram um debate sobre as novas ferramentas da comunicação e o papel do indígena na contemporaneidade.

A iniciativa do projeto de apresentação de TCCs na aldeia partiu da Professora da Estácio FAP Viviane Menna que foi convidada a participar da festa pelas lideranças locais. “O projeto aproxima os estudantes dos povos tradicionais da Amazônia e soma projetos de comunicação com ações de responsabilidade social. A ideia é estimular os alunos a pensarem sobre a Amazônia e  produzirem audiovisuais, fotos, HQs  sobre as festas e ações comunitárias, pois quero que entendam que a comunicação pode transformar as relações humanas.” Afirmou Viviane Menna.

Além dos formandos viajaram para festividade outros 2 estudantes da Juventude Universitária pelas Causas Indígenas(JUCI), movimento fundado na faculdade que vem acompanhando as lutas dos povos indígenas em eventos como o Rio+20 e Xingu +23. Os estudantes Mateus Breyer e Arlem Corumbá além de documentarem o evento distribuíram o gibi “REDD em terras”. 

Jornada dos Povos Indígenas
A aproximação dos universitários indígenas e não indígenas de Belém surgiu após a I Jornada dos Povos Indígenas realizada em abril deste ano. A Jornada consistia na cartografia cultural dos povos indígenas pressupondo a vivência e trocas num mergulho na realidade dos povos tradicionais. Além de mesas e palestras a Jornada ofereceu oficinas de audiovisual e fotografia para que os indígenas pudessem levar para as aldeias esses conhecimentos transformando em beneficio para suas comunidades.




Com temas como os REDDs e Créditos de Carbono os estudantes perceberam afinidades ideológicas se uniram para criar o movimento JUCI - Juventude Universitária pelas Causas.
A II Jornada dos Povos Indígenas que está prevista para abril de 2013 contará com a participação da Doutora em Linguística pela UFRJ, Leopoldina Araújo que estuda a língua dos parkatêjê desde 1974. Ela conta que em conjunto com sete alunos indígenas de 2º grau e de faculdade ajudou a escrever o livro de memórias do Cacique Parkatêjê. Leopoldina coordenou de 1990 à 94 a primeira experiência de escola de 1ª a 8ª série na sede da aldeia parkatêjê.

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